Linfangite
Sistema linfático, algumas considerações
O sistema linfático possui vasos distribuídos por todo corpo e sua função é drenar a linfa, líquido proveniente dos tecidos corporais, composto de água, proteínas, gorduras e resíduos para os linfonodos ou gânglios linfáticos, onde a linfa é submetida a uma filtragem para a eliminação dos resíduos e devolvida ao sangue.
Esse sistema, ilustrado na imagem abaixo, pode ser acometido, dentre outros, por distúrbios inflamatórios, as linfangites, e por distúrbios que resultam na deficiência da drenagem ou absorção da linfa e seu consequente acúmulo os chamados linfedemas.
O que é?
É o processo inflamatório dos vasos linfáticos que são, conforme já descrito, pequenos canais encarregados de transportar a linfa dos tecidos para os linfonodos (gânglios).
A linfangite pode ter múltiplas causas, infecciosas ou não. A forma infecciosa é a mais frequente, normalmente associada a alguma lesão da pele como: cortes, ferimentos, picadas de inseto, etc., a partir da qual o agente infeccioso invade os canais linfáticos.
Como exemplo podemos citar a erisipela ou linfangite estreptocócica.
Sinais e sintomas
A linfangite se apresenta como estrias irregulares avermelhadas e dolorosas sob a pele, estendendo-se do local da lesão, ou porta de entrada, até o gânglio regional acometido, podendo vir acompanhada de sintomas gerais como febre, calafrios, perda do apetite, mal-estar, cefaleia e dores musculares.
Como seu médico diagnostica?
Habitualmente uma cuidadosa avaliação, que consiste na história clínica e no exame físico, é suficiente para fazer o diagnóstico, sendo solicitados, de acordo com o caso, alguns exames complementares, para subsidiar o diagnóstico e também para o acompanhar a evolução clínica da doença.
Como tratar?
O tratamento deve ser individualizado levando-se em consideração o grau de acometimento e condição geral do paciente, sendo os pacientes idosos, diabéticos e imunocomprometidos particularmente mais susceptíveis.
O tratamento, que poderá ser feito de forma ambulatorial ou, eventualmente, com internação do paciente, consiste em repouso, uso dos agentes antibióticos apropriados, uso de analgésicos para o alívio da dor e de agentes anti-inflamatórios.
O correto diagnóstico e a rápida intervenção terapêutica são fundamentais para que sejam minimizadas ou evitadas as chances de complicações como: formação de abscesso, celulite, fistulas, linfedema e sepsis.
Linfedema
O que é? Como se manisfesta?
É uma doença crônica, caracterizada pelo acúmulo de líquido e por alterações fibróticas na área afetada, sendo essas alterações causadas por insuficiência da drenagem linfática.
Manifesta-se por edema (inchaço), que atinge mais frequentemente os braços ou as pernas, acompanhada muitas vezes por sensação de endurecimento, limitação do movimento, desconforto e infecções recorrentes. Pode, de forma menos frequente, acometer outras regiões como: tórax, cabeça, pescoço e genitália.
Quanto à causa, o linfedema pode ser classificado como primário, quando de origem desconhecida, ou secundário, quando associado a trauma, infecção, radioterapia ou cirurgias.
Dentre os mais frequentes, aqueles associados a linfangites e erisipela de repetição, bem como o que pode ocorrer após retirada da mama para o tratamento do câncer, podem ser citados.
Há cura?
Não há cura para o linfedema, mas ele pode ser adequadamente conduzido a partir do diagnóstico precoce e do diligente cuidado com a área afetada, evitando-se assim o seu agravamento e diminuindo as sequelas físicas, psicológicas e, por vezes, sociais associadas a essa patologia.